Vestido Noiva – História
Vestido noiva em Portugal; poderemos afirmar que existem muitas vilas que têm como Sto. Padroeiro, ou como nome Sto. António, e sim incluindo Lisboa, e também aqui creio que em todo o Mundo, o Sto. António é o Santo Padroeiro do casamento.
Agora, quanto àquilo que é a nossa paixão, o Casamento, os Vestidos e as Tradições, temos muito para lhe informar.
Comecemos por algumas tradições em vestido. Durante muitos anos, as noivas não se casavam de vestido branco. Tecidos brancos e bordados eram sinónimo de riqueza e apenas algumas classes incluíam o branco puro, como hoje conhecemos, no seu vestuário, sendo, normalmente, o cru e o castanho e até mesmo o preto, a escolha para o vestido de noiva durante muitos séculos., bem como os tons pastel.
Mas comecemos pelo início. Durante a antiguidade clássica (Egipto, Grécia e Roma), apenas os nobres perdiam tempo com o casamento. Geralmente as classes sociais mais baixas, apenas se juntavam e constituíam família, por vezes, com um jantar para sinalizar o acto. No entanto, as classes sociais mais altas, faziam do casamento, festas para toda a cidade, decretando feriados e organizando festividades que duravam vários dias e estes, Egípcios, Gregos e Romanos, usavam o branco como sinal de riqueza, pelo que, também os vestidos de casamento (noiva) eram brancos, do mais branco que pudesse ser e nunca mais voltavam a ser usados.
Quando a cultura Judaico-cristã, começou a ganhar força na sociedade, tudo o que vinha destes povos, foi considerado impuro e impróprio e assim, os vestidos leves, muito elaborados e brancos, foram banidos e ficaram reservados à celebração de alguns actos pagãos. Essa é a razão pela qual as Fadas, as Deusas e as Feiticeiras continuam a ser representadas com vestidos linha império de tecidos leves e cores claras, até aos nossos dias.
Nos primeiros tempos cristãos, podemos encontrar relatos de alguns casamentos, como na bíblia e estes tinham as mesmas tradições da religião que derivaram, ou seja a Judaica, que por sua vez, sofria influências das tradições do médio oriente (Pérsia/Bizantina), levadas para a Europa e para o Norte de África por Alexandre o Grande, como por exemplo a utilização do véumantilha no vestuário corrente das mulheres. ou da
Com a queda do Império Romano, as atenções culturais do ocidente passaram a ter como referência o padrão de elegância proposto pela corte bizantina. Nessa altura, as noivas faziam o casamento vestidas de seda vermelha bordada em ouro e traziam no cabelo tranças feitas com fios dourados, pedras preciosas e flores perfumadas
Durante a Idade Média, a cristianização do ocidente trouxe novos costumes matrimoniais. A coroação de Carlos Magno, no ano 800 DC tornou o casamento um sacramento religioso, com forte carga social e simbólica, carga esta, que em grande parte perdura até os nossos dias.
O vestido de noiva para o casamento, surgiu neste período com a função específica de apresentar para a comunidade as posses da família da mulher. Tinha como simbologia, o poder e o seu estatuto social, assim, a noiva era apresentada com um vestido de casamento vermelho ricamente bordado e sobre a cabeça um véu branco bordado com fios dourados. O vermelho representava a capacidade da noiva de gerar sangue novo e continuar a estirpe. O véu branco falava da sua castidade. (Esta é a razão pela qual na colecção de 2016, fizemos três vestidos de casamento vermelhos, foi uma forma de voltar a antigos costumes)
O casamento cristão, que teve início na Idade Média, era uma cerimónia pública e acontecia na igreja por este ser o espaço mais público desta época. A tradição da cerimónia religiosa de casamento, que vivemos hoje, tem aí sua origem.
A união dos cônjuges das famílias humildes deste período, celebrava-se com um festejo popular, no centro da comunidade, num domingo de santo, sendo o Santo António o mais escolhido, pois é o que abençoa e protege as uniões sem dote, mas que eram consideradas importantes para a fertilização dos campos e lavoura. Por essa razão, as celebrações tomavam lugar em Maio, no início da colheita e representava a fertilidade da terra e a abundância na casa do homem do campo. Nascendo assim a tradição da Noiva de Maio.
Na Burguesia, as famílias uniam-se para conservação de património, mas representavam esta união através do símbolo da fertilidade dos campos, ou seja, o verde, o verde dos prados, das cearas, dos milheirais, dos pomares.
No Renascimento, com a ascensão da burguesia mercantil, a apresentação da noiva tornou-se mais luxuosa. A noiva era apresentada em veludo e brocado, ostentando o brasão da família e as cores do herdeiro à qual a noiva se unia por casamento.
No final do Renascimento, o código de elegância barroca foi determinado pela Corte Católica de Espanha onde se estabeleceu o preto como a cor correcta a ser usada publicamente como demonstração da índole religiosa de qualquer pessoa. Esta cor era aceite como adequada, também para os vestidos de noiva para o casamento, deixando resquícios desta tradição em alguns dos trajes de casamento portugueses como é o caso das Noivas do Minho. Mas como não existe regra sem senão, foi também nesta altura de contrastes, que o vestido de noiva branco para o casamento, surgiu como novo padrão de elegância. (Ver fotografia).
A primeira noiva a vestir-se de branco foi Maria de Médici (e não a Rainha Vitória, como erradamente quase todos proclamam) ao casar-se com Henrique IV, herdeiro da coroa francesa. Maria, princesa italiana, mesmo sendo católica não comungava da estética religiosa espanhola e por isso, utilizou um vestido de casamento em brocado branco como prova da exuberância das cortes italianas. O vestido de casamento trazia um decote quadrado com o colo à mostra, o que causou grande escândalo perante o clero, mas Michelangelo Buonarote, o grande artista do Renascimento, descreveu o vestido de noiva, como uma rica veste branca, ornada em ouro, que mostrava o candor virginal da noiva, então com catorze anos.
No período Rococó, as noivas casavam-se vestidas com tecidos brilhantes, bordados com pedrarias, com folhos de renda nas mangas e decotes, sendo as cores preferidas os tons pastel, na maioria das vezes com motivos florais, sendo as mais comuns o Lilás, a cor de Pêssego e o verde Malva. Este hábito no casamento era seguido tanto pelas jovens da aristocracia, como pelas noivas pobres.
A Revolução Francesa aboliu o padrão de elegância luxuoso, próprio da aristocracia, que existia desde a Idade Média e substituiu-o por um padrão mais discreto, puritano e burguês de origem inglês. Este padrão valorizou a pureza de carácter como a maior qualidade da noiva, projectou sobre ela a cor branca como símbolo da sua inocência virginal. Acrescentou-se a este traje um véu branco e transparente como símbolo da sua castidade, preso à cabeça por uma grinalda de flores de cera representando esta sua qualidade como condição natural de toda jovem de família. Neste momento é introduzido o uso do linho, da lã e de tecidos opacos como adequados no casamento para o vestido de noiva.
O governo de Napoleão também comungou deste ideal de simplicidade feminina, divulgando o estilo Império no casamento, como um retorno à simplicidade da mulher grega. Napoleão decretou como idade legal para o casamento os dezoito anos para as mulheres e, vinte e um para os rapazes. O decreto teve origem na necessidade de manter os jovens de menor idade nas fileiras de seus exércitos. Foi a partir de então que se tornou obrigatória à celebração da cerimónia civil do matrimónio, quando todos os casamentos deveriam ser registados em cartório público. A partir da Revolução Francesa, o traje nupcial passou a ser branco e as variações que se têm dado, recaem normalmente na volumetria, que variam de acordo com as modas correntes do casamento. Apesar de tudo, o traje nupcial continua a obedecer à função de ser o mais luxuoso que uma mulher usa, antes de se tornar uma senhora casada.
Em 1854, o papa Pio IX proclamou que as noivas deveriam demonstrar através do traje branco a Imaculada Concepção. Este decreto papal estabeleceu para a noiva do Romantismo um padrão católico que se estende até os nossos dias no imaginário popular delegando à virgindade um factor obrigatório para a noiva. As mulheres deste período, acabaram por acrescentar ao vestido um acessório para a mão, que podia ser um terço ou um pequeno missal porque, além de casta ela devia ser também religiosa. A partir da segunda metade do século XIX, o Iluminismo transferiu para o branco a ideia de luz e de abundância, o branco como claridade e como a soma de todas as cores.
O branco continuou a representar a pureza e a castidade. Mais tarde a flor de laranjeira foi ficando cada vez mais popular, como antigo símbolo de fertilidade. Estes dois acessórios acabaram por se unir e surgiu assim o ramo de flores, ou bouquet, tendo sido a Princesa Sissi, uma das primeiras a iniciar a moda, ao levar um ramo com rosas naturais, no seu casamento.
Nos dias de hoje, o vestido de noiva, é opção de cada uma das mulheres. Apesar de atender a alguns parâmetros da moda, não existe nenhum obstáculo, para a apresentação do mesmo, sendo o limite a imaginação do criador e da noiva.
Espero que, tal como a muitas noivas que já atendi, isto sirva de inspiração, para a criação de um fato que seja só seu.
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